sexta-feira, 25 de abril de 2014

Banco do Brasil Covers


  Resenha por Luan Flavio Freires

Não tem jeito. Todo artista (ou quase todo) tem um ídolo máximo, aquela referência que traz parte da inspiração para compor, cantar ou tocar. Dessa admiração quase sagrada surgiu a ideia do projetoBanco do Brasil Covers, que ocupa o Espaço das Américas em três noites. Para abrir o festival, na quarta (23/4), o quinteto formado por Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni, Toni Platão e Liminha homenageia os Beatles. Eles serão lembrados em faixas como All My Loving, Strawberry Fields ForeverLucy in the Sky with Diamonds. Sandra de Sá, Paulo Miklos, Marjorie Estiano e André Frateschi se juntam a eles para engrossar o tributo. Na quinta (24/4), o maranhense Zeca Baleiro saúda o paraibano Zé Ramalho acompanhado de quatro instrumentistas. Ele toca versões de Avohai, Garoto de Aluguel e Repente Cruel. À frente de quatro músicos, Maria Gadú sobe ao palco na sexta (25/4) e mostra seu fascínio por Cazuza. A moça interpreta vinte canções do astro, entre elas Ideologia, Faz Parte do Meu Show Nosso Amor a Gente Inventa. Dias 23, 24 e 25/4/2014.

25 de abril

Espaço das Américas

4 Estrelas

Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda - São Paulo - SP - Tel.: (11) 3864 5566

Quarta e quinta 21h; sexta 22h.

Ingressos: R$ 40,00 a R$ 140,00 
Bilheteria: 10h/19h (segunda e terça); a partir das 10h (quarta a sexta).
www.ticket360.com.br

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A vida Sexual da Mulher Feia

 

Com Otávio Müller 

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Otávio Muller dá vida à Maricleide, que goza de uma autocrítica impagável e não perde tempo em se indispor à ditadura da beleza.
Baseado no livro homônimo de Claudia Tajes, sucesso absoluto em vendas, o espetáculo não deixa nenhuma mulher ou homem imune à insegurança da personagem. Afinal, quanto mais se olha no espelho, mais imperfeições aparecem.
Com a crueza de um consultório de terapeuta, é possível acompanhar suas aventuras amorosas, primeiro beijo e primeira transa.
Em seu livro, Tajes criou uma protagonista sem rosto, não esmiuçou descrições físicas, não impôs uma caracterização isolada. Esse recurso facilita a identificação ampla e abrangente do público.
Embarcando no sucesso do livro, o espetáculo agrada a todos – homens e mulheres, feios ou não. Afinal, todo homem já se sentiu o próprio Shrek algum dia e até a princesa mais linda já teve o seu dia de Fiona.
Quem nunca esteve acima do peso? Quem nunca se viu apavorado ao constatar os estragos feitos pelos hormônios da adolescência?

Ao acompanhar os relatos hilários do diário amoroso da personagem, a identificação é inevitável, o que faz com que a história se torne ainda mais engraçada. Afinal, tem coisa melhor do que rir de nós mesmos?
Não se trata da risada sádica, que segrega as formosas das horríveis e aponta o dedo para torturar, e sim da risada generosa e solidária, imbuída da reflexão e do combate aos condicionamentos.
No fim das contas Ju descobrirá que mulher feia não é uma questão de aparência e sim um estado de espírito.

Serviço:
Teatro GAZETA (700 lugares)
Endereço: Avenida Paulista, nº 900 – Cerqueira César, São Paulo
Horário: Sexta, às 22h45. Sábado, às 22h. Domingo, às 18h
Temporada: Até 08 de Julho
Vendas online:www.teatrogazeta.com.br / 4003.1527
Ingressos: R$ 50
Duração: 80 minutos

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Fernanda Takai!

 

E seu novo CD, “Na Medida do Impossível”

 

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Estou careca (ainda não) de ouvir as pessoas falarem que falta originalidade na fase atual da música verde-amarela. OK, eu concordo. Mas você precisa saber que existem artistas que desafiam o óbvio ululante. Fazer o que gosta, misturar o pop com o alternativo, ser minimalista sem esquecer do que toca no rádio…E melhor: fazer um trabalho fonográfico onde a qualidade priorizada.

É o que temos para hoje. Ainda bem.

Para realizar “Na Medida do Impossível”( que poderia ser rebatizado como “Sonho realizado”),  a artista Amapaense conseguiu combinar sua agenda com a dos escolhidos para gravar o CD/LP/download, produzido por John Ulhoa:  fator essencial para os planos de Fernanda, que explicou o processo em entrevista nos estúdios da Alpha FM: “Sempre sonhei em gravar com pessoas que eu admirava e na “Medida do Impossível” é o resultado dessa espera. Acertar as agendas de todo mundo foi quase impossível, o que deu o titútolo ao disco”.

Doce Companhia

Percussão e vocais low-fi na versão doce e sorridente da canção de Julieta Venegas. Música é realmente uma ótima companhia para a tarde garoenta que está hoje, no momento da audição de “Medida do Impossível”.

Como Dizia o Mestre

Efeitos especiais e mais percussão low-fi combinam os vocais confiantes de Fernanda na música de Benito de Paula – um dos heróis esquecidos da nossa MPB. Fernanda adorou transformar o samba de piano em indie pop.

De Um Jeito ou de Outro

Guitarras na intro, o pop rock ilumina os sulcos do LP alertando para as origens da música: Marcelo Bonfá, o Legionário. Letra de Fernanda, que declarou ter “honra” de fazer parte de algo que remeta à Legião Urbana.
A Pobreza

Fernanda Takai moderniza uma bela música da Jovem Guarda. Intro com gaita, é o toque cowboy do velho oeste à faixa. “Um rapaz pobre não tem coração”…. Tem sim.

Seu Tipo

A aguardada parceria com Pitty cai como uma luva como sequência de “A Pobreza”. A música tem um clima anos 60: “Sou do tipo que ainda ouve discos e sabe a hora de virar o lado B”. Tipo ideal.

Mon Amour, Meu Bem. Ma Femme

Fernanda confessa que sempre tem ouvidos bem abertos para o popular. E “Meu Amor” foi um sucesso do saudoso Reginaldo Rossi, reinventado em parceria com Zélia Duncan.

Quase Desatento

Belos arranjos e melodias sobre versos do poeta piauiense, Cimério Ferreira.

Amar como Jesus Amou

Para deixar os preconceitos do lado de fora de casa. Principalmente para a instrumentação radical misturada com um tema reliogoso, ao lado do Padre Fernando de Melo. Faixa bacana, com electro-funk.

Liz

Delay nos instrumentos (efeito que adoro), em hit do Trio Ternura. Fernanda Takai novamente dando roupa nova ao passado. Bem a seu estilo. Ficou meio Beatles.

Partida

Uma das minhas preferidas. Letra que fala sobre um dos assuntos favoritos de Fernanda: colecionar calendários. Lindo arranjo instrumental.

Pra Curar Essa Dor

Samuel Rosa talvez seja hoje o maior ídolo de Fernanda Takai no cenário músical BR. Isso fica transparente na versão gravada da música de George Michael, “Heal The Pain”.

Depois Que O Sol Brilhar

A letra é de Zélia Duncan e a música do francês Yann Thiersen. Fecha o álbum com o mesmo clima low-fi do início. Destaque para o celo tocado por André Abujamra, um dos maiores artistas brasileiros

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Noé e a Arca

 

Saga bíblica  larga na frente pelo Oscar

Se você tem alguma crença ou é ateu, não importa. Pelo menos uma vez na vida, deve ter ouvido falar da Arca de Noé – aquele enorme “barco” construído pelo personagem bíblico, que salvou sua família e animais do incomparável dilúvio que tomou conta da Terra a pedido de um Deus “cansado dos pecados do homem”. Tudo isso, claro, está nas páginas do livro de Gênesis e documentos de outras culturas, como a Epopeia de Gilgamesh, contada pelo povo da Mesopotâmia (hoje, Iraque).

Conclusão: Se você estudou o tema, ou se interessa pelos Textos Sagrados, deve estar por dentro do enredo a seguir. Já se este não for o caso, confira só. A jornada de Noé – personagem do épico hebreu vivido por Russell Crowe – demorou, de acordo com o livro de Gênesis, cerca de 4200 anos para ser retratada no cinema de forma não menos épica. A “missão sagrada” caiu nas mãos do diretor Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), que se apaixonou pela história ainda na escola, e arquitetou seu projeto desde 2007 D.C. A Alpha FM embarcou na pré-estreia de “Noé” (Paramount Pictures) e revela se a “experiência bíblica em 3-D” realmente valeu.

Realismo

Apoiado por um time de atores que justifica a convocação do elenco, “Noé” chega nesta quinta-feira nas salas brasileiras cercado de ótimas expectativas. A julgar pela estreia nos Estados Unidos (44 milhões de dólares nas bilheterias), o longa de mais de 3 horas de duração deve cumprir sua missão e ser um sucesso mundial.

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Além de lidar com uma saga tão primitiva quanto a própria origem da humanidade, a vantagem de “Noé” é a de contar com excelente desempenho dramático. Sem esquecer que os efeitos visuais (Industrial Light And Magic – de “Star Wars”, “Transformers”, “Indiana Jones” e tantos outros) realmente valem o ingresso e servem como base sólida para os atores trabalharem – e emocionarem o público.

“Tchau, Hermione”

A confissão: a megaprodução de 130 milhões de dólares morreria na praia (literalmente), caso o roteiro do próprio Aronofsky e velho parceiro, Ari Handel (“Cisne Negro”, “O Lutador”) não fosse sustentado pelos passageiros da Arca. Sem dúvida, a entrada do ranzinza Russell Crowe no lugar do Batman Christian Bale (que recusou o convite, e em breve reviverá Moisés) deu 100% certo

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Parte do clã Noé: Jafé (Leo M. Carroll), Noema (Jennifer Connelly), Sem (Douglas Booth) e Ila (Emma Watson)

Mas o destaque do drama fica para a surpreendente Emma Watson, que faz você esquecer da emblemática Hermione, de “Harry Potter” – sina que costuma perseguir atores jovens de superproduções. Em “Noé”, Watson vive Ila, mulher de Sem (Douglas Booth, “Romeu e Julieta”) um dos filhos do patriarca. Próximo ao clímax do filme, ela arranca lágrimas no momento em que está pronta para fazer o maior sacrifício de sua vida (que obviamente não pode ser contado nesta matéria!).

Como extras, ainda ganhamos a sempre marcante atuação de Anthony Hopkins (O Odin, de “Thor”), no papel do avô, Matusalém. Outro que brilha em “Noé” é o “vilão” Tubal-cain (Ray Winstone, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”). Em grande parte do filme, ele serve como “balança da consciência”, desafiando o expectador sobre a validade de cometer sacrifícios e acreditar em milagres. O “rei dos Homens” é a nêmesis de Noé, que questiona sua decisão de ouvir a Deus e “tirar as espécies de um planeta de pecados”.

Pode até ser cedo, já que a corrida pelo Oscar (Globo de Ouro e outros prêmios) só começou. Mas me 2015, o Criador permitiu a este que vos escreve fazer uma profecia: “Noé” estará entre os maiores vencedores da Academia. Tanto a produção, como as atuações e a temática são bastante simpáticas à indústria.

Embarque na Arca

Curiosidades sobre “Noé”

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# As filmagens de “Noé” tiveram de ser adiadas temporariamente, por conta da passagem do furacão Sandy em setembro de 2012, no Estado de Nova York. Motivo: ventos e ameaça de inundação!

# Uma réplica da Arca foi construída pela produção, mas com tamanho reduzido. Ao invés de 152 metros de comprimento, a estrutura ficou nos 50 metros. O resto foi digitalizado.

# Os “Guardiões” – ou anjos caídos – roubam a cena algumas vezes. Uma das vozes das criaturas esquecidas por Deus é de Nick Nolte. # Como a saga de Noé não ganha muito espaço na Bíblia, partes de evangelhos apócrifos (não considerados pela Igreja) entraram para preencher lacunas. Especialmente, o de Henoch.

# Jennifer Connelly vive Noema, a mulher de Noé. A parceria não é nova. Connelly também fez par romântico com Russell Crowe em “Uma Mente Brilhante” (2001) – longa que garantiu à atriz o Oscar.

# O livro bíblico de Gênesis clama que a Arca teria estacionado sobre o monte Ararat, na Turquia. Muitas expedições tentaram encontrá-la, sem sucesso.